sábado, 5 de maio de 2018

Brasil pitoresco e desigual


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Por sua formação histórica, econômica, social e cultural, o Brasil já nasceu como uma sociedade desigual. Desde o processo de conquista e colonização portuguesa do território, passando pelos séculos de escravidão indígena (incluindo o extermínio e a assimilação) e escravidão de matriz africana. Passando a questão pelo modelo exploratório do território e das riquezas naturais e minerais, pelo modelo de dependência das potências centrais industriais (primeiro da Grã-Bretanha, depois dos Estados Unidos da América). Mas também por não ter assumido em nenhum momento um protagonismo econômico, nem mesmo, quando pela ocupação napoleônica de Portugal, o Brasil passou a ser a única colônia da história a ser sede de uma Coroa européia. Mesmo nesse contexto, em que houve efetivamente a instalação de alguns equipamentos “científicos” e culturais a partir da presença de naturalistas (“cientistas” do século 19) e outras expressões do saber e das artes (com as expedições ou missões francesa, germânica/austríaca, inglesa, russa), isso em nada afetou a estrutura social desigual, o que está tão bem perpetuado em imagens através das pinturas de Jean-Baptiste Debret (em sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, 1834-1839), que expressam muito bem a estratificação social. Enfim, expressão do abismo entre uma elite social e a massa do povo no período colonial e imperial, mas que seguiu muito pouco modificado mesmo na fase inicial da República (Primeira República até a Revolução de 1930 e o Estado Novo). Essa concentração econômica muitas vezes se reproduziu ou mesmo se aprofundou e se concentrou ainda mais no que se refere à educação, acesso à cultura e aos mais diversos bens materiais e culturais, incluindo ao saber, à universidade e à produção científica.
A desigualdade segue como uma permanência na história do Brasil, tanto que seja qual for o índice ou o indicador utilizado para a medição das condições de renda, saúde e educação, está nosso país numa classificação de rabeira, muito distante do que se espera de uma economia que estava ou esteve entre a sexta ou oitava economia mundial.

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