domingo, 6 de maio de 2007

20 anos de conquista - Assentamento Itapuí

Hoje eu e a Elisa estivemos na sede da COOPAN (assentamento da antiga Fazenda IMPRODUTIVA Itapuí/Meridional), em Nova Santa Rita para comemorarmos junto com os companheiros do MST e muitos centenas de outros colaboradores/apoiadores os 20 anos de conquista daquela terra por homens e mulheres que não cansam de lutar e produzir.
Para mim que estive lá nos dias seguintes à ocupação salta aos olhos as realizações da Reforma Agrária e a dignidade que ela traz às pessoas e à comunidade que por ela é transformada
Ali se produz/cria: arroz, erva-mate, carnes, ovos, porcos, frutas, hortaliças, leite e derivados, diversos produtos orgânicos, açúcar... e no lugar daquela improdutiva fazenda: dezenas de famílias vivem com dignidade e 100% de seu trabalho cooperativo. É UM OUTRO BRASIL É POSSÍVEL E ESTÁ ACONTECENDO BEM DIANTE DE NOSSOS OLHOS como resultado de nosso trabalho!
Registro esse evento não somente pelo seu significado histórico mas pelo fato de rever nele muitos amigos e amigas e saber que seguimos no mesmo caminho e que continuamos sonhando e realizando juntos:

RELATO DO TEMPO
No dia 13 de outubro de 1987, realizaram cinco ocupações simultâneas. Foram quatro em estações experimentais do governo estadual, localizadas nos municípios de Júlio de Castilhos e Tupanciretã, na região Centro – Ocidental Riograndense, em Rondinha, no Noroeste, e em Nova Prata, na região Nordeste Riograndense, e a outra área ocupada foi a fazenda Itapuí, de mil e duzentos hectares, no município de Canoas (hoje Nova Santa Rita), na região Metropolitana de Porto Alegre.
Nas áreas pertencentes ao Estado, os despejos foram sucessivos e violentos (Brigada Militar), impondo aos sem-terra o retorno para a Anoni. Somente as famílias ocupantes da fazenda Itapuí saem vitoriosas. A cada despejo a luta se acirrava e os colonos procuravam intensificar as formas de resistência, na tentativa de superar o desânimo depois de várias derrotas consecutivas. Durante a luta pelo assentamento das famílias da Anoni, por meio dos trabalhos de base, o MST se espacializara por setenta municípios, onde haviam em torno de oito mil famílias participando das reuniões, formando grupos com objetivo de participarem das ocupações. (adaptado de: Bernardo Mançano Fernandes, Tese de doutorado, 1999, Departamento de Geografia da USP)

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