sábado, 9 de fevereiro de 2008

Celso Amorim em viagem


ENTREVISTA: CELSO AMORIM Ministro de Exteriores de Brasil
[Entrevista com Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil]

"Nuestra prioridad es jugar un gran papel en Suramérica"

FRANCISCO PEREGIL – El País - Madrid - 09/02/2008


Nossa prioridade é jogar um grande papel na América do Sul

Tradução: Julio Dorneles

Celso Amorim, ministro de Exteriores de Brasil desde 2003, ha pasado en Madrid cuatro días antes de partir ayer hacia una gira que le conducirá por Arabia Saudí, Siria y Jordania. Con España ha firmado un acuerdo sobre ciencia y tecnología. Con las naciones árabes espera estrechar unas relaciones que no vendrán mal para un país como Brasil donde habitan 10 millones de árabes y que aspira a ser miembro permanente del Consejo de Seguridad de la ONU.

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil desde 2003, esteve em Madri por quatro dias antes de partir ontem para uma viagem que o conduzirá por Arábia Saudita, Síria e Jordânia. Com Espanha firmou um acordo sobre ciência e tecnologia. Com as nações árabes espera estreitar relações que não virão mal para um país como o Brasil onde vivem 10 milhões de árabes e que aspira a ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Amorim asume también que su país pretende ser un referente en Latinoamérica. Sin embargo, en un problema tan candente como el de las Fuerzas Revolucionarias Armadas de Colombia (FARC), Brasil no ha adoptado una posición tan clara como la del Gobierno venezolano, que preconiza la legitimidad diplomática para la guerrilla más antigua del continente ni tan contundente como la postura de Estados Unidos o la Unión Europea, para quienes las FARC son un grupo de terroristas.

Amorim assume também que seu país pretende ser uma referência na América Latina. Entretanto, em um problema tão candente como o das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o Brasil não adotou uma posição tão clara como a do Governo venezuelano, que preconiza a legitimidade diplomática para a guerrilha mais antiga do continente nem tão contundente como a postura dos Estados Unidos ou da União Européia, para quem as FARC são um grupo de terroristas.

"No creo que haya indefinición. Lo que ocurre es que no sentimos la necesidad de tener posiciones muy elocuentes. En muchos casos la diplomacia recomienda un poco de discreción. En varias cuestiones de Latinoamérica Brasil ha tenido un papel importante. Incluso en Venezuela, cuando hubo el referéndum revocatorio [contra el presidente Hugo Chávez] creamos el grupo de amigos. En Haití estamos presentes. Pero la cuestión es que Brasil no tiene la clasificación de organizaciones terroristas. La única organización terrorista que Brasil reconoce como tal es Al Qaeda y la hacemos acatando la determinación de Naciones Unidas. Cuando Brasil pueda actuar en favor del diálogo, lo hará. Eso implica ser activos, pero discretos. No practicamos la diplomacia de los micrófonos".

“Não creio que haja indefinição. O que ocorre é que não sentimos a necessidade de ter posições muito eloqüentes. Em muitos casos a diplomacia recomenda um pouco de discrição. Em várias questões da América Latina o Brasil teve um papel importante. Inclusive na Venezuela, quando houve o referendum revogatório [contra o presidente Hugo Chávez] criamos o grupo de amigos. No Haiti estamos presentes. Mas a questão é que o Brasil não tem a classificação de organizações terroristas. A única organização terrorista que o Brasil reconhece como tal é a Al Qaeda e a fizemos acatando a determinação das Nações Unidas. Quando o Brasil possa atuar em favor do diálogo, o fará. Isso implica ser ativos, porém discretos. Não praticamos a diplomacia dos microfones”.

En cuanto a las relaciones internacionales, Amorim no tiene ninguna duda de cómo debe expandirse Brasil. "Nuestra primera prioridad es Sudamérica. Y podemos desempeñar un gran papel. De hecho, nuestro principal socio comercial es Latinoamérica, que abarca un 26% o 27% de nuestro comercio; después la Unión Europea, con un 24%, y luego, Estados Unidos, con 15%. Pero lo mismo que nuestro comercio es diverso, nuestra manera de integrarnos en el mundo también debe serlo. Nuestro presidente tiene una gran capacidad de diálogo con todos los líderes, independientemente de las simpatías ideológicas. Tenemos una excelente relación con Cuba y con Estados Unidos. Pero también tenemos una dimensión global".

Quanto às relações internacionais, Amorim não tem nenhuma dúvida de como deve expandir-se o Brasil. “Nossa primeira prioridade é a América do Sul. E podemos desempenhar um grande papel. De fato, nosso principal sócio comercial é a América Latina, que abarca 26% ou 27% de nosso comércio; depois a União Européia, com 24%, e logo, os Estados Unidos, com 15%. Porém, do mesmo modo que nosso comércio é diverso, nossa maneira de integrar-nos no mundo também deve sê-lo. Nosso presidente tem uma grande capacidade de diálogo com todos os líderes, independentemente das simpatias ideológicas. Temos uma excelente relação com Cuba e com os Estados Unidos. Mas também temos uma dimensão global”.

El ministro de Exteriores brasileño se expresa en un español perfecto que aprendió de sus años de trabajo en la Organización de Estados Americanos. (OEA). Celso Amorim recuerda que Brasil es, con nueve centros, el país con más institutos Cervantes del mundo. Añade que se ha introducido el español como asignatura obligatoria en primaria y secundaria, que cada vez más los brasileños hablan mejor español y le gustaría que hubiese cierta reciprocidad en el esfuerzo. También recuerda que España es el segundo país que más dinero invierte en Brasil, después de Estados Unidos. "Ahora sólo falta que pongamos la relación política entre los dos países al mismo nivel que la económica".

O ministro de Relações Exteriores brasileiro se expressa em um espanhol perfeito que aprendeu em seus anos de trabalho na Organização dos Estados Americanos (OEA). Celso Amorim recorda que o Brasil é, com nove centros, o país com mais institutos Cervantes do mundo. Acrescenta que se introduziu o espanhol como matéria obrigatória no ensino fundamental e secundário, que cada vez mais os brasileiros falam melhor o espanhol e lhe daria muito gosto que houvesse certa reciprocidade neste esforço. Também recorda que a Espanha é o segundo país que mais dinheiro investe no Brasil, depois dos Estados Unidos. “Agora só falta que coloquemos a relação política entre os dois países ao mesmo nível que a econômica”.

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